Inovação e Gestão nas Escolas

Inovação e Gestão nas Escolas

Por Fabio Josgrilberg
Um levantamento divulgado neste ano pelo LinkedIn, mídia social de relacionamento profissional, indica a criatividade como a capacidade mais buscada pelas empresas que publicam vagas de emprego por lá. Bom, e o que isso significa para estudantes, educadores e gestores de instituições educacionais? Em síntese, de maneira bem direta, precisamos educar para a criatividade.
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Mas há uma contradição aí. A criatividade é uma característica inata dos seres humanos. Aliás, biólogos renomados mundialmente, como Edward O. Wilson, encontram na capacidade criativa humana a principal característica distintiva dos demais seres vivos. E se estamos falando de algo inato, por que precisamos educar para a criatividade?
Na verdade, precisamos nos reeducar, especialmente em ambientes educacionais, ressignificando nossas memórias culturais e de conhecimento científico acumulado. Falar de criatividade não é partir do zero, mas continuar a partir de onde já chegamos.
(Fabio Josgrilberg é coordenador do evento Inovação na escola, que acontecerá no ABC, São Paulo, em 28/09. Mais informações clique aqui)
E o que aconteceu? Ao longo do desenvolvimento da humanidade, a criatividade, contudo, foi sendo limitada em nome da disciplina, regras, métodos, eficiência e performance. Vejam o paradoxo: todos esses elementos de pesquisa, controle e predição, que levaram a humanidade a avançar incrivelmente, também limitaram a nossa capacidade criativa. Para quem gosta de filosofia, trata-se de uma questão dialética, ou seja, tem-se aqui um típico caso de um determinado movimento que carrega as sementes de sua própria destruição.

A reeducação
Sobretudo, há uma pesquisa intrigante que tem relação com o tema. Segundo estudo conduzido por Nicholas Bloom, da Universidade Stanford, e seus colegas, boas ideias estão ficando mais difíceis de serem encontradas, apesar do aumento do investimento em pesquisa. Curioso, não?
Reeducar para a criatividade implica criar espaços, simbólica e materialmente, que favoreçam a maior intensidade de processos de comunicação para a solução de desafios; respostas que sejam desenvolvidas colaborativamente a partir de diferentes visões de mundo. Trata-se de viabilizar ambientes que tenham por forças motrizes quatro dimensões: liberdade, diversidade, curiosidade e foco.

O papel da escola
Cuidado, porém, para não reduzir a criatividade a uma sala de projetos “bonitinha”. O desafio é tecnológico (ex.: arquitetônica ou digital), processual (ex.: funil de inovação) e cultural (ex.: ética). A meta é transformar todo e qualquer ambiente num espaço de aprendizado, colaboração e convivência.
Criar espaços simbólica e materialmente significa desenvolver ambientes que ofereçam liberdade e segurança para arriscar novos caminhos; jornadas que são estimuladas por diferentes perspectivas de mundo e métodos para transformar sonhos em ações concretas de impacto no cotidiano das pessoas.
*Fabio Josgrilberg, Ph.D.

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